A maior parte da população do planeta vive em lugares ensolarados. A minoria em climas temperados e mais frios. (Ref RadioFrance)
Na cidade de São Paulo, as pessoas vivem mais em casas que em apartamentos. (Ref Folha de São Paulo)
As zonas rurais são ainda mais extensas que as zonas urbanas. No Brasil, apenas 0,54% da área total é urbanizada. (Ref IBGE)
Tudo isso só me faz pensar no poder dos discursos. Minhas leituras e representações imagéticas são dominadas pelo hemisfério norte, a ponto de me sentir minoria absoluta vivendo Natais sem neve ou sem o cinza que perdura por meses.
Do mesmo modo, com a paisagem de prédios que se vê no céu junto com aqueles que brotam do chão, não consigo ver o predomínio de casinhas nos lugares por onde passo. (Eu como centro do mundo)
Conclusão: no fim somos só muito pequenos e, se de um lado o mundo não vai além de nossos olhos pequenos, por outro podemos fazer o outro acreditar que o que enxergamos é de fato o mundo. E ele, e a gente, acredita.
Voltei depois de 5 dias porque um vídeo reclamando de subir mais predio em SP me lembrou disso aqui…
Eu sempre sinto uma vertigem no quão restrito é o meu acesso ao mundo, mas eu nunca consigo pensar o que fazer depois disso.
Tentar sair da bolha? Falar com mais humildade sobre o mundo por saber que eu conheço muito pouco? Ser mais precisa sobre as partes do mundo que eu conheço, tipo “eu moro na Zona Oeste de São Paulo?”